sábado, 18 de dezembro de 2010

Cordão das Pastorinhas encanta o Amapá






Grupo folclórico de Mazagão Velho encena nascimento de Cristo através de teatro

O nascimento de Jesus Cristo, contado de uma forma pra lá de especial. Na noite de sábado (11), a vila de Mazagão Velho – a cerca de 70 km de Macapá – parou para assistir à apresentação do Cordão das Pastorinhas, um de seus mais tradicionais grupos culturais. Com caracterização impecável, moradores do lugar encenam a vinda do Menino Salvador à Terra, através de auto natalino.
A apresentação da noite de sábado foi apenas uma prévia do que seria mostrado no Teatro das Bacabeiras, na noite de quinta-feira (16). O público lotou o espaço. Cultura e tradição premiadas pelo Ministério da Cultura (MinC), com o prêmio Culturas Populares 2009. São pelo menos oitenta integrantes – a maioria mulher – personalizando um texto que emociona o espectador. As crianças também têm participação garantida na peça.
Antes, o espetáculo se resumia ao distrito mazaganense, no mesmo cenário onde é encenada a Festa de São Tiago, em julho; agora, o Cordão das Pastorinhas “invade” os palcos macapaenses, como é o caso da apresentação de hoje no Bacabeiras. “É um desafio e uma honra, mostrar nosso trabalho para o público de Macapá. É compartilhar um pouco da cultura de Mazagão Velho, que carregamos na veia desde criança”, diz, entusiasmada, dona Joaquina Jacarandá, de 58 anos, que é mestra do Cordão.

Um pouco da história do Cordão
O Cordão das Pastorinhas de Mazagão Velho foi trazido de Belém no ano de 1959, pelas senhoras Ana Ayres e Dica Flexa. Naquele ano, ela assistiram ao ensaio da apresentação do auto natalino em uma praça da capital paraense. A encenação era feita por alunas do Colégio Santo Antônio.
As duas mazaganenses ficaram encantadas com o que viram. A peça foi reproduzida naquele mesmo ano na bucólica vila de Mazagão Velho. Em 33 atos, o nascimento de Cristo é relatado com diálogos e canções. Além dos mais conhecidos – o Menino Jesus, José, Maria e os três Reis Magos – também são introduzidos outros personagens, a exemplo da egitana, florista e o casal de Galegos.
Ao longo dos anos, alguns personagens e passagens foram adaptados, mantendo-se sempre a tradição oral e a força de vontade dos moradores, que se esmeram para dar ao público o espetácuo mais bonito possível.

Conheça alguns personagens
A Saloia faz referência as influências lusas na criação dos autos natalinos que os Jesuítas montavam para catequizar os índios, no período da colonização brasileira. Os saloios eram campônios da zona rural da região de Lisboa.
Já os galegos, um simpático casal luso ou espanhol (isto porque a Galiza, antiga Galícia, durante a Idade Média foi alvo de disputas entre as duas nações europeias) e até hoje é questionada a condição e a herança histórica dos galegos.
Também tem a Cigarrinha, o Satanás tentando as camponesas e as ciganinhas, as ciganas rica e pobre, a Florista, os Besouros, a Jardineira, a jovem Sara, a Borboleta e as Borboletinhas, o Ladrão arrependido, as Pastorinhas, e muitos outros.

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